Um sábio estava meditando à margem de um rio quando um homem jovem, um tanto
entusiasmado, o interrompeu.
"Mestre, eu desejo ser seu discípulo!", disse o jovem.
"Por quê?" replicou o sábio.
O jovem era uma pessoa que sempre ouviu falar dos caminhos espirituais, e tinha uma idéia
fantasiosa e romântica deles. Em sua imaturidade, ele achava que ser "espiritual" era algo
como participar de um movimento, de uma crença, de uma moda, sem grandes
conseqüências. Ele então pensou numa resposta bem "profunda" e disse:
"Porque eu quero encontrar DEUS!"
O sábio pulou de onde estava, agarrou o rapaz pelo cangote, arrastou-o até o rio e mergulhou
sua cabeça sob a água. Manteve-o lá por quase um minuto, sem permitir que respirasse,
enquanto o terrificado rapaz chutava e lutava para se libertar. Finalmente o mestre o puxou
da água e o arrastou de volta à margem. Largou-o no chão, enquanto o homem cuspia água e
engasgava, lutando para retomar a respiração e entender o que acontecera. Quando ele
eventualmente se acalmou, o sábio lhe perguntou:
"Diga-me, quando estava sob a água, sabendo que morreria, o que você queria mais do que
tudo?
"Ar!", respondeu o jovem, amuado.
"Muito bem", disse o mestre. "Vá para sua casa, e quando você souber ansiar por um Deus
tanto quanto você acabou de ansiar por ar, pode voltar a me procurar."
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